segunda-feira, 8 de abril de 2013

Gordo virou palavra feia


Doces e Sobremesa! Crianças bem-comportadas ganham;  Crianças que comem toda a comida ganham. É assim, desde a infância que os bons ganham doces da vida. Será mesmo?

Não importa que a vida adulta nos dê empurrões, importa é que gravamos na memória da infância que as boas crianças ganham doces. 

É por isso que inconscientemente vamos buscar um doce na geladeira quando estamos angustiados, afinal, somos boas crianças, merecemos um doce da vida. 

Os angustiados comem mais e comem errado. Mas que um docinho é muito bom, ah isso é! E duvido que alguém enquanto come um doce pense em coisas ruins.

A gente acaba de fazer um lanche e continua sentindo fome. Como sentir fome se acabou de fazer um lanche reforçado? Outras vezes, acabamos de sair da mesa do almoço, ou do jantar, come bem, até exagera um pouco e minutos depois sente fome. Será mesmo fome, será que eu sinto fome ou pertenço à legião dos famintos psicológicos?

Acabei de reler sobre obesidade, um problema que, aliás, dá muita despesa aos cofres da Previdência, tratar gordo é um caso sério e difícil.

As manchetes tem repetições da mesma notícia: “Excesso de peso é um problema mundial”. Gordo virou palavra feia, agora se diz sobrepeso, obesidade ou quilos a mais.

Mas a pergunta é: por que há tanta gente com sobrepeso? Ocorre que não comemos apenas para dar combustível ao estômago e ao corpo todo. Comemos, mais das vezes, para acalmar outras fomes que sentimos, fomes de origem psicológica. Sentimos fome de carinho, de amor, de reconhecimentos, de prestígio no trabalho, sentimos “fome” por abandono existencial, inúmeras são as nossas “fomes”. 

Agora que fique tudo muito claro, essas carências, todas essas fomes emocionais, podem ser reais ou imaginárias, costumeiramente são imaginárias.

Comer é o primeiro ato de prazer que sentimos na vida. Chegamos ao mundo chorando e a mãe, ou alguém por ela, nos dá o seio ou uma mamadeira. E aí, calamos, sentimos prazer.

Pelo resto da vida vamos associar a boca aos melhores prazeres, e diante das carências afetivas, comer é o ato mais simples e de retorno garantido. Garantido no momento, daqui a pouco estamos com “fome” outra vez. Disso resultam gorduras e doenças.

Claro que há os casos de patologias que precisam de tratamento especial, mais das vezes, todavia, do que precisamos é de uma melhor autoestima. Sentir “fome” a toda hora não é fome, é carência de algum afeto, real ou imaginário. Mas o imaginário é tão real quanto o real.

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