Maria Idalina trabalhava na casa de um médico
em São Paulo. Durante muitos anos foi o anjo da guarda da família. Cuidava da
limpeza, da cozinha e da roupa. E ajudou a criar os filhos, que, como todos, a
adoravam.
Um dia, muito sem jeito e com os olhos cheios
de lágrimas, Idalina anunciou que ia embora. O médico, a mulher, os filhos
ficaram em pânico:
- O que é que aconteceu, Idalina? Algum
problema? Salário pequeno?
Vamos conversar. Quem sabe a gente aumenta seu
ordenado?
- Não é nada disso não, doutor. É a igreja. Nós
somos de uma igreja não católica e a nossa igreja transferiu meu marido
para uma cidade do Seridó do RN, e eu tenho que ir com ele.
- Seu marido é pastor?
- Não, doutor. O pastor é que vai nos levar com
ele.
- Se seu marido não é pastor, pode muito bem
ser substituído por outro. Eu mesmo vou falar com o Pastor. (disse o médico).
- Não pode não, doutor. O pastor só confia em
meu marido.
- E o que seu marido faz?
- Ele é o aleijado que se levanta e sai
correndo na "hora do milagre". Li no Bira Viega.
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