quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Água de Mossoró tem alto índice de coliformes fecais

O departamento de Vigilância Sanitária de Mossoró realizou ontem o "I Seminário de Vigilância Ambiental de Mossoró", com o tema “Água - qualidade de vida e saúde”.


Uma das palestras mais importantes foi sobre "O monitoramento da qualidade da água para o consumo humano de Mossoró", ministrada pelo biólogo e responsável pelas análises de água feitas pela Vigilância Sanitária (Visa), Erisberto Medeiros.

Segundo ele, o seminário foi promovido para tentar conscientizar a população sobre sua responsabilidade em preservar a água, bem como para prestar esclarecimento sobre a qualidade da água consumida e os direitos do consumidor sobre a água abastecida.

Erisberto falou sobre o resultado dos testes realizados com a água distribuída em Mossoró e, de acordo com ele, a água que o mossoroense está consumindo não atende os padrões exigidos pela Visa.

Ele explicou que o papel da Vigilância é monitorar e inspecionar, através de testes laboratoriais, a qualidade da água que chega às torneiras das residências.


"Um dos motivos da realização desse seminário foi justamente os resultados obtidos com os testes feitos a partir da água distribuída pela Caern", contou Erisberto.


Os testes realizados com a água concluíram que há a presença de bactérias termitolerantes e coliformes fecais acima do desejável na água analisada.


"As bactérias termitolerantes devem ser ausentes da água, enquanto que o limite dos coliformes fecais deve ser de 5% a cada 40 amostras de água. O índice encontrado foi bem maior do que o aceitável", informou Erisberto.


Ele contou que para a realização dos testes laboratoriais são necessárias 24 coletas semanais, que são submetidas à avaliação no Laboratório Regional (Laren).
"Os testes só podem ser feitos nesse laboratório oficial, para que o resultado seja mais seguro", disse o biólogo, afirmando que os testes não podem ser realizados com amostras de água das residências, pois a contaminação da água nesse caso pode ser fruto da falta de cuidados com o armazenamento da água.

"Só fazemos testes com amostras das residências quando há um surto de diarréia ou de hepatite, por exemplo."


Apesar da realização dos testes, Erisberto comentou que a quantidade de parâmetros analisados ainda é insuficiente para atestar a verdadeira qualidade da água.
"Existem 74 parâmetros a serem analisados para atestar a qualidade da água, mas no laboratório nós só realizamos dois: presença de coliformes e turbidez, que atesta a presença de microorganismos.


O laboratório diz que não dispõe de recursos financeiros e de equipamentos específicos para a realização dos demais testes.


Esses dois são os parâmetros básicos, mas nós precisamos analisar também os outros", explicou o biólogo, afirmando que a deficiência relativa ao tempo de uso da tubulação que leva água para as residências e o rompimento desses canos podem levar à contaminação da água.


Ele informou que os testes de qualidade da água começaram a ser feitos em 100% dos domicílios apenas em 2005, através de amostragem de água em pontos fixos e aleatórios na rede de abastecimento.

"Onde há uma maior aglomeração de pessoas nós fazemos os testes aleatórios, pois quanto mais pessoas há um risco maior de contaminação por doenças de vinculação hídrica", disse Erisberto.


O auxiliar de laboratório da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) José de Arimatéia Pinheiro informou que o resultado das análises de água realizadas pela companhia atesta a boa qualidade da água.

Segundo ele, a forma de realização dos testes pode comprometer os resultados. "Dependendo da forma e de quem coleta isso, determina o resultado do teste.

Portanto, se a coleta não for feita corretamente, o resultado pode não ser satisfatório.


O equipamento esterilizado para a coleta e o ponto de amostragem também tem grande influência", defendeu o assistente.


Ele contou ainda que os testes da Caern também são feitos pelo Laren e que lá são analisados, além dos parâmetros básicos, coliformes e turbidez, o PH, cloreto, pureza e coliformes totais, e que esses procedimentos são realizados também na água que abastece as cidades circunvizinhas.
Fonte: O Mossoroense

Nenhum comentário: